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domingo, 29 de agosto de 2010

Livro de crônicas sobre o Natal



ESSE TEXTO FOI EXTRAÍDO DO SITE PROSA E POESIA, DE LUIZ CARLOS AMORIM. FALA DE UM LIVRO DE CRÔNICAS QUE TENHO, QUE ADORO, DE UMA ESCRITORA, MINHA AMIGA E CONTERRÂNEA, E QUE POR SER BLUMENAUENSE, VIVEU COMO EU, NATAIS MAIS DO QUE ESPECIAIS, DIFERENTES EM ALGUNS ASPECTOS POR CONTA DE NOSSA ASCENDÊNCIA GERMÂNICA. NOSSO NATAL EM BLUMENAU ERA MARCADO PELA INOCÊNCIA DA EXPECTATIVA PELO GRANDE DIA, DO SEGREDO SOBRE OS PRESENTES, DA EUFORIA NA MONTAGEM DA ÁRVORE, ISSO QUANDO NOS ERA PERMITIDO PARTICIPAR DESSE RITUAL. DELICIOSOS FORAM, OS NATAIS DE NOSSA INFÂNCIA.
"O Natal já passou, eu sei, mas tenho que falar de um presente que ganhei, um grande presente. Falo do livro da minha amiga Urda, de Blumenau, "Crônicas de Natal e Histórias da Minha Avó". Ela me enviou o livro, em dezembro, eu o li e em seguida mandei-lhe uma mensagem, agradecendo-lhe por ressuscitar o Natal dentro de nós. E ela rapidinho respondeu, afirmando que eu dissera a coisa mais linda sobre o seu novo livro. Mas eu não disse nada mais que a verdade. Quem ler o livro, há de concordar. Como não voltar àquelas tardes mágicas da nossa infância, quando "ajudávamos" as nossas mães a fazer, a assar, a pintar os biscoitos de Natal? Fazer doces de Natal e enfeitar uma árvore na sala de visitas significava que o grande dia estava muito próximo, que a noite que trazia Papai Noel para entregar presentes e chocolates, aquela fantástica noite finalmente estava chegando. Sim, porque acreditávamos que Papai Noel existia, abençoada infância! E Urda nos traz de volta essa inocência, no questionamento entre crianças que fomos, certeza inquestionável naquela idade, porque Papai Noel existia, sim. E o Dia de São Nicolau, tão desconhecido, até por nós! Era a prévia do Natal, no início de dezembro, nos dezembros esquecidos da minha infância, já longe.
Urda me devolveu o espírito do Natal, com "O dia mais mágico do ano". E não é verdadeiramente mágico? Meus filhos já são quase adultos, não temos mais crianças em casa, e uma casa sem criança fica triste no Natal. Criança faz com que a gente não esqueça a existência do Criador, do Cristo que é a razão do Natal. A criança nos dá a certeza que Ele ainda acredita no homem. Enquanto houver crianças, saberemos que Deus estará nos dando, ainda, um voto de confiança.
E Urda nos conta mais, conta a história de um Natal na África - sua irmã, também escritora, viveu na África - conta as suas histórias de Natal e as histórias de sua avó. Exímia contadora de histórias que sempre foi, nada escapa a sua sensibilidade de escritora, a sua emoção e lirismo de poeta. Sim, porque apesar de não escrever versos, toda a obra de Urda está repleta de poesia.
Tenho certeza que o último Natal foi muito mais Natal para muitos dos que tiveram o privilégio de ler o livro de Urda. Faltava um livro assim, que devolvesse ao Natal a sua condição de festa mágica, que devolvesse o seu encantamento simples de comemorar o nascimento de um menino especial, que viria para trazer essa esperança de renovação, de tempos novos e melhores. Isso tem de ser comemorado, sempre, com aquelas canções tão nossas conhecidas, com os doces, com o Papai Noel dos brinquedos das crianças, com as árvores enfeitadas, com a neve de mentirinha, com as histórias de nossas avós, com uma oração saída do coração numa noite de encantamento, pedindo ao aniversariante que esteja conosco para que possamos cultivar a paz num tempo novo que está sempre começando."

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